quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

o alívio de quem escolheu viver sem automóvel



ÉPOCA desta semana traz histórias de quem decidiu abrir mão do carro particular nas metrópoles brasileiras


Mônica França, fisioterapeuta, buscava mais conforto no caminho de casa para seu trabalho, no Rio de Janeiro. Camila Nihei, médica, queria se deslocar mais depressa por São Paulo. O analista financeiro Danilo Ramalho desejava acordar um pouco mais tarde. Ricardo Santos, publicitário, pretendia viajar mais. Historicamente, a resposta para essas vontades é usar um carro particular. Foi justamente o que cada um deles experimentou, durante anos. Até desistir.

A perda do poder de sedução do carro é uma tendência mundial, como ÉPOCA mostrou na edição 758 (leia a reportagem aqui). No Brasil, tal comportamento foi confirmado pela Pesquisa de Origem e Destino do Metrô de São Paulo: de 1997 a 2007, o uso de transporte público na capital subiu de 45% para 55%. Segundo a imobiliária Lopes, 63% dos próximos lançamentos residenciais na capital estarão a até 1 quilômetro de uma estação do metrô.

Como trabalhar de terno, gravata, capacete e bicicleta
Numa manhã de fevereiro de 2011, o vereador paulistano José Police Neto (PSD), de 40 anos, acordou cedo e encarou sua bicicleta. Claramente acima do peso – na época, ele estava com 96 quilos, muito para quem mede só 1,60 metros –, decidiu levá-la para passear até o centro de São Paulo, uma pedalada de 12 quilômetros partindo de sua casa, no bairro de Moema. Fez o percurso em 47 minutos. “Achei que fosse morrer”, diz. Quase dois anos depois, Police, agora cerca de 20 kg mais magro e com condicionamento físico em dia, demora 22 minutos no mesmo trajeto. “Queria um veículo em que eu pudesse usar minha capacidade individual para me locomover”, afirma. De quebra, ele usou o apelo da bicicleta em sua campanha eleitoral no ano passado. Foi eleito pela segunda vez presidente da Câmara de Vereadores.
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