quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Zen e o Meio Ambiente


"Verdade é o que nunca foi escondido. Se você tiver olho, dá para ver à sua frente, está tudo manifestado."
Mestre Tokuda


Não demorou muito para os brasileiros descobrirem o poder de cura das massagens, da fitoterapia e da acupuntura, advindos da medicina búdica. Vários centros e institutos de zen-budismo foram implantados, com o apoio de Tokuda, no País. Atualmente, há sedes em nove cidades e no Distrito Federal. Um desses centros está localizado em Pirenópolis, numa área onde funcionava uma pedreira. Com o objetivo de salvar a área em degradação, seguidores brasileiros do zen-budismo se uniram para angariar fundos e adquirir o terreno, de cerca de 900 hectares, com oito nascentes e oito cachoeiras.

No local, que será transformado em Reserva Particular do Patrimônio Nacional (RPPN), foi construído um mosteiro budista. “Lá será implantado um centro de estudos de medicina búdica e fitoterapia, aproveitando as riquezas naturais do Cerrado. Será incentivado o turismo ecológico e sustentável.”

Fitoterapia
Em função das dificuldades de importar as ervas medicinais provenientes da China, o monge diz que parte do terreno será aproveitado para cultivar plantas que serão utilizadas pela fitoterapia. “Temos que aproveitar o que a flora do Cerrado pode nos oferecer e incentivar os estudos das plantas da região.”

O local é bastante apropriado para instalação do instituto de medicina búdica, como é o desejo do monge. Contato com a natureza e calma para se fazer meditações contribuem para a cura integrada do corpo e espírito, segundo ele.

Sobre encontrar a paz interior, o monge Tokuda afirma que não é preciso ser uma pessoa iniciada nos estudos do zen-budismo, basta atitudes simples, como, por exemplo, inspirar profundamente pelo nariz durante momento tenso e expelir o ar pela boca. Ao fazer isso cerca de quatro vezes, é possível se acalmar instantaneamente.

Outras atitudes nada complexas ajudam a encontrar purificação e serenidade, segundo o monge. Durante passeio ecológico, por exemplo, ele sugere ficar debaixo da queda de uma cachoeira, permitindo que águas batam sobre o corpo, ou prestar atenção no silêncio de uma caverna escura. Outro conselho do monge ainda mais simples é observar o pôr-do-sol ao lado de pessoas queridas, beleza que, segundo o mestre, faz bem a qualquer um.

Fragmento do artigo Saúde para corpo e alma!

Anitápolis, SC: a batalha contra a fertilizadora continua


Anitápolis (SC) é uma cidade com 3500 habitantes que vivem, principalmente, da agricultura. Um projeto prevê a instalação na cidade de uma fertilizadora mantida por empresas como Bunge e Yara Brasil e, com isso, afetaria, ambiental e socialmente, 21 municípios da região. Em junho deste ano, conversamos com dois representantes da ONG Montanha Viva, que tem empenhado uma luta contra esse projeto.

Entendemos que seria muito mais interessante que o dinheiro fosse aplicado em projetos de fosfato, mas utilizando esterco de porco, porque a agressão ambiental seria muito menor”, apontou o advogado da instituição.

A IHU On-Line voltou a conversar com Eduardo Bastos porque, recentemente, foi expedida uma liminar que visa barrar o projeto para que importantes pontos contemplados por ele sejam revistos. “Nós analisamos o Estudo de Impacto Ambiental do governo federal e o próprio estudo realizado pelo estado de Santa Catarina. Com base nisso, concluímos que muitos são os problemas do licenciamento, e que a competência para licenciar a atividade é do IBAMA e não de outros órgãos, como tem sido feito. Isso em razão da complexidade do dano que pode ser causado por uma eventual poluição, seja ela hemisférica, química ou hídrica, no trajeto em que vai ser desenvolvido os trabalhos da fertilizadora”, disse na entrevista que concedeu por telefone.

Confira a entrevista.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Especialista recomenda vegetarianismo contra mudança climática


O mundo deveria se tornar vegetariano para combater com sucesso a mudança climática, já que o efeito estufa do gás metano liberado por vacas e porcos é 23 vezes mais potente que o do dióxido de carbono, segundo uma das maiores autoridades britânicas no assunto.

Em declarações ao jornal “The Times”, lorde Stern, autor de um relatório sobre a economia da mudança climática encomendado pelo Governo do Reino Unido, disse que a pecuária destinada ao consumo de carne representa “um desperdício de água e contribui poderosamente para o efeito estufa”.

Segundo números da ONU, a produção de carne é responsável por pelo menos 18% das emissões globais de CO2 no planeta. Para esta liberação, contribuem tanto a destruição de florestas para a pecuária extensiva como a produção de ração para animais.

A ONU também já disse que, caso a tendência atual se mantenha, o consumo mundial de carne poderá dobrar até 2050.

Com base nessas informações, Stern propõe que a cúpula sobre mudança climática de Copenhague (Dinamarca), marcada para dezembro, sobretaxe o preço da carne e de outros alimentos que, durante seu processo de produção, são responsáveis pela liberação de uma quantidade significativa de gases estufa.

O especialista britânico, que é vegetariano, prevê ainda que o hábito das pessoas em relação ao consumo de certos gêneros alimentícios mudará até que comer carne se tornará algo inaceitável.

“Acho que é importante as pessoas refletirem sobre suas ações, e isto também tem a ver com o que se come”, diz lorde Stern, ex-economista do Banco Mundial e atual professor da London School of Economics.

Ainda segundo o especialista, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deveria participar pessoalmente da cúpula de Copenhague, já que a liderança americana é extremamente necessária para alcance de um acordo significativo.

“Minha mensagem ao presidente Obama seria a seguinte: ‘Vá a Copenhague, participe com um espírito de colaboração e leve essa mensagem ao povo americano’”, declarou o cientista ao “The Times”.

Fonte

domingo, 25 de outubro de 2009

Greenpeace em Florianópolis


Entre nessa onda!

A Onda Sensorial, instalação montada pela campanha de Oceanos do Greenpeace, estará em Florianópolis, trazendo à reflexão a importância de se proteger nossos oceanos e o que podemos fazer para ajudá-los.

Participe! Leve seus amigos e familiares!

Data: 22 a 25 de outubro de 2009 (quinta a domingo)
Horário: quinta a sábado das 10h às 22h e domingo das 12h às 21h
Local: Floripa Shopping
Rodovia SC-401, 3116 — Saco Grande Florianópolis, SC - (48) 3331.7000

sábado, 24 de outubro de 2009

O individualismo tem ainda futuro?


“Hoje precisamos de uma hiperdemocracia que valorize cada ser e cada pessoa e garanta a sustentabilidade do coletivo que é a geosociedade nascente”, escreve Leonardo Boff, teólogo. Segundo ele, “o arraigado individualismo (dos EUA) projetado para o mundo se mostra absolutamente inadequado para mostrar um rumo para o “nós” humano. Esse individualismo não tem mais futuro”.

Eis o artigo.

Há hoje nos EUA uma crise mais profunda do que aquela econômicofinanceira. É a crise do estilo de sociedade que foi montada desde sua constituição pelos “pais fundadores”. Ela é profundamente individualista, derivação direta do tipo de capitalismo que ai foi implantado. A exaltação do individualismo ganhou a forma de um credo num monumento diante do majestoso Rockfeller Center em Nova York, no qual se pode ler o ato de fé de John D. Rockfeller Jr:”Eu creio no supremo valor do indivíduo e no seu direito à vida, à liberdade e à persecução da felicidade”.

Em finas análises no seu clássico livro “A democracia na América”(1835) o magistrado francês Charles de Tocqueville (1805-1859) apontou o individualismo como a marca registrada da nova sociedade nascente.

Ele sempre foi triunfante, mas teve que aceitar limites devido à conquista dos direitos sociais dos trabalhadores e especialmente com surgimento do socialismo que contrapunha outro credo, o dos valores sociais. Mas com a derrocada do socialismo estatal, o individualismo voltou a ganhar livre curso sob o presidente Reagan a ponto de se impor em todo o mundo na forma do neoliberalismo político. Contra Barack Obama que tenta um projeto com claras conotações sociais como a saúde para todos os estadounidenses e as medidas coletivas para limitar a emissão de gases de efeito estufa, o individualismo volta a ser reproposto com furor. Acusam-no de socialista e de comunista e até, num Facebook da internet, não se exclui seu eventual assassinato caso venha a cortar os planos individuais de saúde. E note-se que seu plano de saúde nem é tão radical assim, pois, tributário ainda do individualismo tradicional, exclui dele todos os milhões de imigrantes.

A palavra “nós” é uma das mais desprestigiadas da sociedade norteamericana. Denuncia-o o respeitado colunista do New York Times, Thomas L. Friedman num artigo recente:”Nossos lideres, até o presidente, não conseguem pronunciar a palavra ‘nós’ sem vontade de rir. Não há mais ‘nós’ na política norteamericana numa época em que ‘nós’ temos enormes problemas - a recessão, o sistema de saúde, as mudanças climáticas e guerras no Iraque e no Afeganistão - com que ‘nós’ só podemos lidar se a palavra ‘nós’ tiver uma conotação coletiva”(JB 01/10/09).

Ocorre que por falta de um contrato social mundial, os EUA comparecem como a potência dominante que, praticamente, decide os destinos da humanidade. Seu arraigado individualismo projetado para o mundo se mostra absolutamente inadequado para mostrar um rumo para o “nós” humano. Esse individualismo não tem mais futuro.

Mais e mais se faz urgente uma governança global que substitua o unilateralismo mocêntrico. Ou deslocamos o eixo do “eu” (a minha economia, a minha força militar, o meu futuro) para o “nós” (o nosso sistema de produção, a nossa política e o nosso futuro comum) ou então dificilmente evitaremos uma tragédia, não só individual mas coletiva. Independente de sermos socialistas ou não, o social e o planetário devem orientar o destino comum da humanidade.

Mas por que o individualismo é tão arraigado? Porque ele está fundado num dado real do processo evolucionário e antropogênico, mas assumido de forma reducionista. Os cosmólogos nos asseguram que há duas tendências em todos os seres, especialmente nos vivos: a de auto-afirmação (eu) e a de integração num todo maior (nós). Pela auto-afirmação cada ser defende sua existência, caso contrario, desaparece. Por outro lado, nunca está só, está sempre enredado numa teia de relações que o integra e lhe facilita a sobrevivência.

As duas tendências coexistem e juntas constroem cada ser e sustentam a biodiversidade. Excluindo uma delas surgem patologias. O “eu” sem o “nós” leva ao individualismo e ao capitalismo como sua expressão econômica. O “nós” sem o “eu” desemboca no socialismo estatal e no coletivismo econômico. O equilíbrio entre o “eu” e o “nós” se encontra na democracia participativa que articula ambos os pólos. Ela acolhe o indivíduo (eu) e o vê sempre inserido na sociedade maior (nós) como cidadão.

Hoje precisamos de uma hiperdemocracia que valorize cada ser e cada pessoa e garanta a sustentabilidade do coletivo que é a geosociedade nascente.

(IHU On-line)

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Como reduzir o consumo de carne com equilíbrio?


(clique na imagem para ampliar)

A Harrods e os casacos de pele



por Paulo Nogueira

E então vou à Harrods. Não dá para ir a Londres sem ir à Harrods, em Knightsbridge. Quer dizer. Dá. Mas é um erro. Penso em fazer algumas compras. Verifico por curiosidade o preço do primeiro produto que vejo, um casaco de pele: 20 mil libras. Mentira: 19 900. Me faz perder o apetite por compras. A carteira permanece no bolso. Gosto do lema da Harrods. É uma frase latina. Omnia Omnibus Ubique. Tudo para todos, em todo lugar. Mais ou menos isso. Não entendo direito o sentido, mas é uma expressão retumbante. Tudo para todos? O casaco também? Poucas empresas sobrevivem aos primeiros anos. A Harrods tem 175. A primeira escada rolante do mundo apareceu na Harrods em 1898. Uma bebida, no final da escada, acalmava clientes nervosos com a subida.

Muitas histórias.

Mas a mais divertida que conheço tem como protagonista Pattie Boyd, a primeira mulher de George Harrison. George mantinha uma conta aberta para Pattie na Harrods. Pattie se apaixonou por Eric Clapton e deixou George por ele. George e Eric eram grandes amigos. Já casada com Eric, que escreveu “Layla” em sua homenagem, num final de ano Pattie foi à Harrods para fazer as compras de natal. Colocou tudo na conta bancada por George. Só então descobriu que George a encerrara. Ela narra o episódio em sua autobiografia. Parecia realmente surpresa com a perda da conta aberta depois de abandonar o homem que a mantinha.

Sábado é dia de protesto em frente da Harrods. Defensores dos direitos dos animais empunham cartazes e distribuem panfletos. Eles querem que os consumidores boicotem a Harrods enquanto continuarem a ser vendidos ali casacos de pele de animais. Me ocorre a palavra alemã “zeitgeist”, o espírito do tempo. Cada vez mais gente tende a militar pelos animais. Podemos matá-los para fazer churrasco e casacos de pele? Não, não sou militante. Na própria Harrods, no celebrado Food Hall, pedi um frango assado parecido com aqueles que a gente vê na frente de muitas padarias no Brasil. Provavelmente o melhor que já comi, aliás. Molho soberbo. Mas. Mas confesso que às vezes me vejo com uma ponta não vou dizer de arrependimento, mas de dúvida. Deveria rever alguns conceitos? Vou enfrentar algum livro de Peter Singer, o aclamado filósofo que defende os animais? Talvez mais para a frente. Não agora. Minhas prioridades são outras.

Na saída da Harrods apanho um panfleto de uma militante. Fotos de animais com um sofrimento épico. A moça que me passou o panfleto tem um ar tristonho - um notável contraste com a alegria barulhenta e consumidora das pessoas que abarrotavam a Harrods naquela manhã de sábado.

Fonte: Época

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Filme sobre mudanças climáticas. Seria assustador demais?




Mais de 200 reclamações foram feitas contra comercial do governo britânico que alerta sobre as mudanças climáticas.

No vídeo (em inglês), um pai conta para sua filha, antes de dormir, uma história nada feliz sobre tempestades, secas, enchentes e outras consequências dramáticas da poluição desenfreada. Afirma que mais de 40% da emissão de CO2 vem de atividades humanas rotineiras. O governo optou por uma abordagem mais forte porque, de acordo com pesquisa, mais de 50% dos britânicos acredita que as mudanças no clima não terão efeitos sobre eles.

Muitos afirmam que elas não deveriam ser atribuídas ao ser humano, outros que não há evidências científicas sobre o assunto e outros, ainda, que a propaganda é inapropriada para crianças porque é ‘perturbadora’ e ‘excessivamente assustadora’.

Nota Vista-se: O consumo de produtos de origem animal é o que impulsiona a pecuária a destruir nossas florestas. Veja o que o ministro do meio ambiente Carlos Minc tem a dizer sobre isso clicando aqui.


GADO ILEGAL AUTORIZADO

Alegando “violação do princípio de livre iniciativa”, os juízes federais José Airton Portela e Francisco Garcês Castro Júnior, de Santarém, autorizaram a continuidade da criação ilegal de gado no interior da Floresta Nacional do Jamanxim, no Pará. A unidade de conservação é recordista em perda de cobertura vegetal e biodiversidade e foi alvo recente de mais uma das operações espalhafatosas do ministro do meio ambiente Carlos Minc, na Amazônia. Como na Floresta Nacional do Bom Futuro (RO), que viu as ações de fiscalização fracassarem, no Pará a situação se assemelha. O órgão ambiental federal interditou, entre agosto e setembro, 35 mil hectares desmatados ilegalmente na unidade de conservação, mexendo diretamente com interesses dos pecuaristas que procuraram a Justiça Federal em Santarém. Ibama e Ministério Público Federal aguardam o julgamento do recurso.

Relembre a operação Boi Pirata II, na Floresta Nacional do Jamanxim.

A simbologia da Floresta!


Florestas fornecem não só proteção ao meio ambiente, mas também significantes opções de ganhos e sustentos globais para mais de um bilhão de pessoas dependentes das florestas. Árvores fornecem uma grande gama de produtos (madeira, frutas, medicamentos, bebidas, serragem) e serviços (sequestro de carbono, sombra, embelezamento, controle de erosão, fertilidade do solo). Sem árvores a vida humana seria insustentável.
Florestas também têm um importante papel cultural, espiritual e recreativo em muitas sociedades. Em alguns casos, elas são integrais para a definição e sobrevivência de indígenas e culturas tradicionais.
Florestas e árvores são simbolicamente importantes na maioria das religiões do mundo. Árvores simbolizam continuidade histórica, elas unem terra e céus e, em várias tradições, são moradia para bons e maus espíritos e para a alma dos ancestrais.

Florestas desempenham também um importante papel oferecendo oportunidades de recreação e conforto espiritual nas sociedades modernas. Elas são poderosos símbolos universais, uma expressão física de vida, crescimento e vigor à população urbana, rural e de florestas. Produtos medicinais feitos de árvores ajudam na cura de doenças e aumentam a fertilidade. Árvores ocupam posição de destaque em discussões de comunidades e casamentos. Elas são plantadas no nascimento de crianças e em enterros.

Fonte: “VAMOS ESFRIAR O MUNDO – PLANTE UMA ÁRVORE”!

Desmatamento é consequência. Pecuária bovina é causa


Reduzir o consumo de carne significa pensar na sobrevivência da espécie humana no planeta Terra. O alerta é de João Meirelles, presidente do Instituto de Ecoturismo do Brasil (IEB) e da ONG Peabiru, instituição que mantém o Parque Ecoturístico da Bodoquena, em Bonito, MS. Na entrevista a seguir, concedida, por telefone, à IHU On-Line, Meirelles diz que as discussões em torno do desmatamento, das mudanças climáticas e do aquecimento global devem atacar as causas, e não as conseqüências do problema. Isso significa combater a pecuária bovina extensiva, e não apenas o desmatamento. “O desmatamento não é causa de nada, ele é apenas o sintoma”, enfatiza.

Segundo ele, cerca de 40% da superfície aproveitada do planeta é ocupada pelo gado. No caso brasileiro, adverte, “a situação é muito mais grave porque dos 800 milhões de hectares do país, aproximadamente 200 milhões já são ocupados pela criação de gado”. Enquanto isso, argumenta, “a agricultura não ocupa nem 80 milhões de hectares”.

Meirelles menciona ainda que a Convenção do clima em Copenhague irá discutir apenas as consequências, e que os países que possuem florestas tropicais não têm poder de influência política. “Não tenho nenhuma esperança de que as florestas tropicais irão receber um tratamento especial em Copenhague”, lamenta. E dispara: “Não vejo nenhum movimento sério global de que isso passe a ser tratado com a atenção que merece. O debate de Copenhague está muito mais centrado na questão das cotas de carbono, e isso não chega na questão da proteção das florestas”.

João Meirelles é presidente da ONG Peabiru, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) com a missão de gerar valores para a conservação da biosociodiversidade da Amazônia.

Confira a entrevista.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Nobel de economia reconhece estudos socioambientais


Por Paula Scheidt, do CarbonoBrasil

Por que algumas culturas identificam e se adaptam quando encaram limites ambientais enquanto outras entram em colapso? Quais os atributos para uma sustentabilidade de sucesso a longo prazo?

Estas são algumas perguntas que a economista política e cientista social Elinor Ostrom vêm se fazendo há alguns anos e foi justamente seus estudos sobre o uso cooperativo de bens comuns que a fez ganhar o prêmio Nobel de economia, dividido com o economista Oliver Williamson, que também estuda estruturas de governança para resolver conflitos de interesse.

Segundo a Academia Real de Ciências da Suécia, responsável pela entrega do Nobel, a pesquisadora norte-americana foi escolhida “por suas análises da economia da governança, especialmente dos comuns”. “Elinor demonstrou como as propriedades comuns podem ser gerenciada com sucesso por associações de usuários”, descreveram no anúncio da premiação.

Professora e pesquisadora da Universidade do Arizona (EUA), ela foi a primeira mulher a receber o Nobel de Economia. Elinor desafiou a teoria tradicional de que as propriedades comuns, como os recursos naturais, são mal administradas e deveriam ser ou reguladas por autoridades centrais ou privatizadas.

Em um dos seus mais recentes trabalhos publicado na revista Science em julho, ela cita estudos de diversos campos de conhecimento que chegaram à conclusão de que algumas políticas governamentais aceleram a destruição dos recursos, enquanto que, por outro lado, alguns usuários de recursos investem tempo e energia para alcançar a sustentabilidade.

Com base em diversos estudos sobre como pessoas comuns e funcionários públicos tentam solucionar problemas difíceis relacionados ao gerenciamento de recursos naturais, como estoques pesqueiros, pastagens, madeira e água, Elinor observou que quando trabalham em conjunto, eles desenvolvem mecanismos sofisticados para tomar as decisões e lidar com conflitos de interesse, construindo uma rede de confiança e respeito, o que os levam as soluções.

“Que um funcionário tenha um PHD não significa necessariamente que ele saiba mais que as pessoas que vivem de um recurso. (…) Há muito conhecimento local que temos que respeitar”, afirmou nesta segunda-feira (12).

Elinor percebeu que as mudanças vinham quando os benefícios da sustentabilidade eram altos o suficiente para compensar os custos em atingi-la. Evitar o colapso ambiental, por exemplo, normalmente significa enfrentar perdas no presente, como suspender a pesca por alguns anos para restabelecer os estoques, em nome de um interesse comum a longo prazo.

A cientista, que é diretora fundadora do Centro de Estudos de Diversidade Institucional na Universidade do Arizona, identificou as 10 maiores variáveis que influenciam um grupo a se organizar para fazer sacrifícios agora e se tornar sustentável ou não: tamanho do sistema de recursos, produtividade dos recursos, previsibilidade da dinâmica do sistema, mobilidade das unidades de recursos, número de usuários, liderança e empreendedorismo, normas e capital social, conhecimento de sistemas sócio-ecológicos e modelos mentais e a importância do recurso.

Múltiplos conhecimentos

Elinor chamou a atenção também para a desconexão nas bases científicas usadas por diferentes campos de conhecimento, desde a biologia até a economia, quando estudam grande problemas, como a potencial perda de recursos hídricos e florestais. Sem um quadro comum de conceitos e linguagens para descrever e explicar cada descoberta sobre complexos sistemas sócio-ecológicos, o conhecimento isolado não irá se acumular e reverter em avanços.

Para a cientista, o interesse por esta visão de integração de conhecimentos está crescendo e uma rede internacional está se formando, com diversos grupos colaborando para desenvolver mais e aplicar este quadro geral de análise da sustentabilidade em sistemas sócio-ecológicos.

“Elinor não é apenas uma cientista brilhante e inovadora que, combinando de uma forma original abordagens na economia, antropologia e ciência política, abriu muitas novas perspectivas para estudos em instituições e políticas, mas ela também é uma cientista extremamente modesta e generosa, que se esforçou muito para compartilhar suas ideias com aqueles que as mais precisam, nos Estados Unidos e no mundo”, disse seu colega Sander van der Leeuw, que é diretor da Escola de Evolução Humana e Mudança Social da Universidade do Arizona.

Para Leeuw, ela é um exemplo do tipo de cientista que mais precisamos hoje: transdiciplinar e totalmente comprometida com as grandes questões que as sociedades precisam lidar hoje.


(Envolverde/CarbonoBrasil)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma nova igualdade depois da crise


Publicamos aqui parte da conferência que o historiador inglês e membro da Academia Britânica de Ciências Eric J. Hobsbawm apresentou no primeiro dia do World Political Forum, em Bosco Marengo (Alexandria). Do Fórum deste ano, sobre o tema “O Leste: qual futuro depois do comunismo?”, participam, dentre outros, Mikhail Gorbachev e Yuri Afanasiev.

Segundo Hobsbawn, todos os países do Leste, assim como os do Oeste, devem sair da ortodoxia do crescimento econômico a todo custo e dar mais atenção à equidade social. Os países ex-soviéticos, afirma, ainda não superaram as dificuldades da transição para o novo sistema.

O texto foi publicado no jornal La Repubblica, 09-10-2009. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Leia o artigo, aqui!

domingo, 11 de outubro de 2009

Você gosta de peixinhos no aquário?



A Fish with a Smile (Um Peixe com um Sorriso), curta metragem de animação que ganhou um prêmio especial no festival de Berlim de 2006.

Ecologicamente correto o filminho mostra a amizade de um homem e um peixe.

Trata-se de um convite à liberdade, e a compaixão para com todos os seres sencientes!

Gostou? Então assista o curta inteirinho, aqui!

"Liberdade, essa palavra
que o sonho humano alimenta
que não há ninguém que explique
e ninguém que não entenda."


Cecília Meireles

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vivendo no cheque especial da natureza


Por Fátima Cardoso*

Em 2009, o dia 25 de setembro foi a data em que a humanidade passou a consumir mais recursos do que a Terra é capaz de produzir. A notícia passou quase despercebida e não foi manchete de nenhum jornal. Mas, desde 25 de setembro, a humanidade entrou no “cheque especial” da natureza. A data marcou o Earth Overshoot Day, que pode ser traduzido como o Dia da Ultrapassagem do Limite da Terra — quando os seres humanos passaram a consumir mais recursos naturais e serviços ecológicos do que o planeta poderia oferecer neste ano. Entre esses recursos e serviços estão, por exemplo, absorver o CO2 emitido pela queima de combustíveis ou... continue lendo!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A natureza: mestra da justa medida


por Leonardo Boff

Por natureza entendemos o conjunto dos seres orgânicos e inorgânicos, os campos energéticos e morfogenéticos que existem como sub-sistemas de outros sistemas maiores, sejam ou não afetados pela intervenção humana, constituindo um todo orgânico, com um equilíbrio dinâmico. O ser humano é parte da natureza e co-pilota o processo de evolução junto com as forças diretivas da Terra.

A natureza é uma realidade tão complexa que não pode ser encerrada em nenhuma definição. Ela permanece um mistério, como mistério é o ser e o nada. O que possuimos são discursos culturais sobre a natureza: das culturas ancestrais, das modernas e das várias ciências. Em nome de cada compreensão, decide-se qual é o nosso lugar nela e que tipo de intervenção é adequada ou não.

Quando contemplamos a natureza salta logo aos olhos uma medida imanente a ela que resulta não das partes tomadas isoladamente, mas do todo orgânico e vivo. Há harmonia e equilíbrio. Ela não é biocentrada como se a vida fosse tudo, mas no equilíbrio dinâmico entre vida e morte.

Para os contemporâneos a natureza resulta de um imenso processo de evolução que vai além do modelo de Charles Darwin (1809-1882) que fundamentalmente a restringia à biosfera sem incluir o cosmos. Tudo começou com o big bang num processo não linear que conhece saltos, flutuações e bifurcações. Não só se expande mas cria e organiza possibilidades novas. Significa que as leis naturais não possuem caráter determinístico mas probabilístico.

Os conhecimentos da termodinânica nos sinalizam que a vida e qualquer novidade no universo surge a partir de certa ruptura do equilíbrio. Essa quebra da medida é só um momento, pois provoca em seguida a auto-organização que cria um novo equilíbrio dinâmico. É dinâmico porque continuamente se refaz, não pela reprodução do equilíbrio anterior, mas pela criação de um novo. A lógica da natureza em evolução é esta: organização-desorganização-interação-nova organização. E assim suscessivamente.

Isso não significa que a natureza não possua uma medida (leis da natureza); o que ela não possui, é uma medida estática e mecânica, mas dinâmica e flutuante, caracterizada por constâncias e variações. Há fases de ruptura para logo em seguida gestar nova regularidade. O clima da Terra por exemplo, bilhões de anos atrás, passou por turbulências e terríveis devastações. A Terra já foi quase duas vezes mais quente que hoje, mas apesar disso, mostrou ao longo das eras um incrível equilíbrio dinâmico que tem favorecido benevolamente a vida em sua diversidade.

A natureza vista como um todo não impõe prescrições. Aponta para tendências e regularidades que podem ir em várias direções. Cabe ao ser humano, auscultando a natureza e com fina percepção, escolher uma que lhe pareça mais adequada. Então ele surge como um ser responsável e ético.

O ser humano deve seguir a lógica da natureza: fazer e refazer continuamente o equilíbrio. Não de uma vez por todas, mas sempre em atenção ao que está ocorrendo no ambiente, na história e nele mesmo. A justa medida muda, o que não muda, é a permanente busca da justa medida.

O ser humano capta essa medida multidimensional na proporção de sua escuta e do dialogo com a natureza. Quanto mais mergulha nela e respeita seus ritmos, mais sente quando deve mudar e quando deve conservar.

Os povos indígenas nos dão disso o melhor exemplo. Por uma afinidade profunda com a natureza, os solos, as nuvens, os ventos e outros eventos naturais sabem, de golpe, o que vai acontecer e o que fazer. A natureza fala com eles e por eles porque ambos formam um todo só.

Investigações recentes mostraram que as pessoas não mudam por causa de informações sobre o aquecimento global mas quando sofrem na pele com a degradação ambiental. Isso comprova que o motor que move as pessoas é menos o inteleto que o sentimento profundo, raiz do novo paradigma de convivência com a Terra. Sem esse sentimento não ouviremos a grande voz da Terra a nos convidar para sinergia, a compaixão, a co-existência pacífica com todos os seres. A partir desse pathos se torna absurdo querer subordinar o novo conhecimento genético à obtenção de lucros, como se a vida não valesse por si mesma, sem ser reduzida a uma simples mercadoria no balcão de negócios.

Se esta sintonia fina com a natureza em nós e também ao nosso redor não se transformar numa cultura, então estaremos sempre às voltas com a busca da justa medida a ser encontrada e aplicada. Viveremos reconciliados conosco mesmo e com a natureza. Eis um caminho a seguir.

Fonte

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PREDADORES CAPITALISTAS!


MARINA; ENTENDA: SÓ O CAPITALISMO PODE SALVAR A NATUREZA DOS PREDADORES CAPITALISTAS!

por Paulo G. M. de Moura

A candidatura de Marina Silva (PV) à Presidência da República chegou como uma lufada de ar que renova o oxigênio de um ambiente fechado e impregnado do CO2 político das candidaturas de Dilma (PT); Serra (PSDB) e Ciro Gomes (PSB). Por quê? Porque Marina quebrou a polarização PT/PSDB, em torno da qual se estruturava a disputa pela sucessão de Lula. Porque Marina pode mudar a pauta da agenda eleitoral de 2010, forçando seus adversários a incorporarem a variável da sustentabilidade ambiental em suas retóricas eleitorais e em seus programas de governo, até então focados na agenda temática socialdemocrata exclusivamente econômica e social. E, porque Marina introduz emoção nesse ambiente eleitoral intoxicado pela racionalidade masculina dos seus três adversários. Sim, Dilma, como disse Gilberto Gil, tem um “jeito macho” de fazer política. O Verde Gil disse que gostava. Cada um com seus gostos. Mas, me parece que, passada o efeito surpresa, Dilma; Serra e Ciro reduziram a preocupação inicial com a entrada de Marina no tabuleiro da disputa. Por quê? Possivelmente, porque não estejam levando as chances eleitorais de Marina a sério. Por quê? Porque andaram olhando pesquisas e viram na candidatura do PV fragilidades e vulnerabilidades, na visão deles, incontornáveis. E quais seriam essas vulnerabilidades?

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Visão Budista da Preservação do Meio Ambiente


Morando no campo passei a ver como as coisas funcionam. De onde vem uma abobrinha, como ela se forma de uma imensa flor. Já distingo o canto de diferentes pássaros. Sei quando vai chover e quando vai fazer dia de sol, quando vai começar a ventar e de onde vem o vento.

E isso me faz pensar que a ignorância "de onde as coisas veem" é que faz com que as pessoas não se importem com as coisas, que desperdicem comida, água, energia, que cortem florestas inteiras, que destruam solo e rios.

Só passamos a fazer tudo isso em ritmo acelerado para satisfazer a necessidade crescente do "tudo pronto". É só ir ao supermercado ou ao uma loja de departamentos daquelas que tem de tudo para tudo o que vc. imaginar. Mas de onde vieram essas coisas todas. O que estou levando para casa? Conforto ou destruição. Isso tudo não é gratuito. Veio de anos de bombardeio com a propaganda para criar necessidades que não precisaríamos ter. Geramos mais lixo produzindo e consumindo coisas industrializadas que produziríamos se não houvessem essas coisas. Se esquivar dessas artimanhas requer atenção. Assim como retornar a uma vida mais simples, com conforto, mas reduzindo o consumo também requer mudar. Mudar hábitos e padrões de consumo. Mudar conceitos e concepções de como nascemos e para onde vamos quando deixamos nosso corpo sem vida.

A concepção predominante no Ocidente é de origem cristã, portanto, acredita-se que a vida após a morte continua muito longe daqui. Que nunca mais poremos os pés na terra outra vez. Acreditam apenas que devem preservar o mundo para seus descendentes, mas não tem noção de que eles também precisarão desse mundo.

A concepção budista é de que a vida não tem um começo nem um fim pré determinado. Podemos nascer inúmeras vezes nesse ou em outros mundos em várias formas. Portanto é bom preocupar-se em garantir que este mundo estará cada vez melhor já que terão que voltar aqui sabe-se lá quantas vezes.

Tenho arrepios só em pensar o nível de sofrimento que haverá no mundo nos próximos 50-100 anos.

Nossa casa por enquanto é esse planeta e seria melhor não destruí-lo pois não sabemos por quanto tempo iremos precisar dele. A visão budista de conservação está focada na preservação de um meio para onde possamos continuamente renascer e dar continuidade ao ciclo de evolução da consciência. O corpo é a forma orgânica e se desfaz, mas a mente não pode se evaporar enquanto não tiver chegado ao nível de vapor.

Postado no blog Bossa Zen por Jeane Dal Bo

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Campanha Segunda sem Carne



Campanha Segunda sem Carne incentiva as pessoas a deixarem de consumir carne pelo menos uma vez por semana

Para acessar o dossiê sobre o impacto ambiental da carne, em pdf, clique aqui.

Fonte: Portal EcoDebate

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Audiência pública debate instalação de fosfateira em Anitápolis



Representantes da Fatma, do Ministério Público, além de lideranças políticas de toda a região estiveram reunidos na última sexta-feira (25/09) em Braço do Norte, no sul de Santa Catarina. Uma audiência pública foi realizada para discutir a polêmica instalação de uma indústria, da Bunge e da Yara, para exploração de minas de fosfato na região de Anitápolis. A maior preocupação é de que a chegada dessa empresa possa trazer graves danos ao meio ambiente.

A reportagem é de Aline Araújo e as imagens são de Felipe Corrêa.

(UnisulTV, 28/09/2009)