quinta-feira, 30 de abril de 2009

Curso de Sushi Vegetariano

(clique na imagem para ampliar)

Leonardo Boff pede na ONU que 22 de abril seja oficializado como o Dia Internacional da Mãe Terra


Por Leonardo Boff*

Na quarta-feira passada Leonardo Boff, representante da Comissão da Carta da Terra, discursou na Assembléia Geral da ONU para fundamentar a petição de declarar o dia 22 de abril como o Dia Internacional da Mãe Terra. O Presidente da Bolívia, Evo Morales, apresentou os argumentos políticos e Boff os éticos e humanísticos. A petição foi aceita por unanimidade. O autor disponibilizou para a Envolverde o texto lido na ONU por ele nesse dia.

ASSEMBLÉIA GERAL DA ONU
Dia Internacional da Mãe Terra

Senhor Presidente Miguel d’Escoto Brockmann
Senhor Presidente do Estado Plurinacional de Bolivia, Sua Excelencia Evo Morales Ayma
Distinguidos delegados
Irmãos e Irmãs todos

No ano de 2000 a Carta da Terra nos fazia esta severa advertência: “Estamos num momento crítico da história da Terra, na qual a humanidade deve escolher o seu futuro... A escolha nossa é: ou formamos uma aliança global para cuidar da Terra e cuidarmos uns dos outros ou arriscamos a nossa própria destruição e a da diversidade da vida”.

Se a crise econômico-financeira é preocupante, a crise da não-sustentabilidade da Terra se apresenta ameaçadora. Os cientistas que acompanham o estado da Terra, especialmente a Global Foot Print Network, têm falado do Earth Overshoot Day, do dia em que foram ultrapassados os limites da Terra. E isso ocorreu exatamente no dia 23 de setembro de 2008, uma semana após o estouro da crise econômico-financeira nos EUA. A Terra ultrapassou em 40% sua capacidade de reposição dos recursos necessários para as demandas humanas. Neste momento necessitamos mais de uma Terra para atender a nossa subsistência.

Como garantir a sustentabilidade da Terra já que esta é a premissa para resolver as demais crises: a social, a alimentar, a energética e a climática? Agora já não temos uma Arca de Noé que salva alguns e deixa perecer os demais. Todos devemos nos salvar juntos.

Como asseverou recentemente com muita propriedade o Secretário Geral desta Casa, Ban Ki-Moon: ”não podemos deixar que o urgente comprometa o essencial”. O urgente é resolver o caos econômico, mas o essencial é garantir a vitalidade e a integridade do planeta Terra. É decisivo superar a crise financeira, porém o imprescindível e essencial é: como vamos salvar a Casa Comum e a Humanidade que é parte dela?

Esta é a razão para termos adotado a resolução sobre o Dia Internacional da Mãe Terra que, a partir de agora, se celebrará no dia 22 de abril de cada ano.

Dado o agravamento da situação ambiental, especialmente do aquecimento global, temos que atuar juntos e rápido. Não temos tempo a perder nem nos é permitido errar. Caso contrário, há o risco de que a Terra possa continuar, mas sem nós.

Em nome da Terra, nossa Mãe, de seus filhos e filhas sofredores e dos demais membros da comunidade de vida, quero agradecer a esta Assembléia Geral por haver sabiamente aprovado esta resolução.

Neste contexto, me permito fazer uma breve apresentação do fundamento que sustenta a idéia da Terra como nossa Mãe.

Desde a mais alta ancestralidade, as culturas e religiões sempre têm testemunhado a crença na Terra como Grande Mãe, Magna Mater, Inana e Pachamama.

Os povos originários de ontem e de hoje tinham e têm clara consciência de que a Terra é geradora de todos os viventes. Somente um ser vivo pode produzir vida em suas mais diferentes formas. A Terra é, pois, nossa Mãe universal.

Durante séculos e séculos prevaleceu esta visão até a emergência recente do espírito científico no século XVI. A partir de então, a Terra já não é mais considerada como Mãe, senão como uma realidade sem espírito, entregue ao ser humano para ser submetida, mesmo com violência. A mãe-natureza que devia ser respeitada se transformou em natureza-selvagem que deve ser dominada. A Terra se viu convertida num baú cheio de recursos naturais, disponíveis para a acumulação e o consumo humano.

Neste novo paradigma não se coloca a questão dos limites de suportabilidade do sistema-Terra nem dos recursos naturais não renováveis. Pressupunha-se que os recursos seriam infinitos e que poderíamos ir crescendo ilimitadamente na direção do futuro. O que efetivamente é uma grande ilusão.

A preocupação principal era e é: como ganhar mais no tempo o mais rápido possível e com um investimento menor? A realização histórica desse propósito fez surgir um arquipélago de riqueza rodeado por um mar de miséria.

O PNUD de 2007-2008 o confirma: os 20% mais ricos do mundo absorvem 82,4% de todas as riquezas da Terra enquanto os 20% mais pobres têm que se contentar com apenas 1,6%. Estes dados provam que uma ínfima minoria monopoliza o consumo e controla os processos econômicos que implicam pilhagem da natureza e grande injustiça social.

Entretanto, a partir dos tardios anos 70 do século passado se tem imposto a constatação de que um planeta pequeno, velho e limitado como a Terra já não pode suportar um projeto ilimitado. Faz-se urgente outro modelo que tenha como eixo a Terra, a vida e o bem-viver planetário no quadro de um espírito de colaboração, de responsabilidade coletiva e de cuidado.

Agora a preocupação central é: como viver e produzir em harmonia com a Terra, com os seres humanos, como o universo e com a Última Realidade, distribuindo equitativamente os benefícios entre todos e alimentando solidariedade para com as gerações presentes e futuras? Como viver mais com menos?

Foi neste contexto que se resgatou a visão da Terra como Mãe. Já não é mais a percepção dos antigos, mas uma constatação empírica e científica. Foi mérito dos cientistas e sábios como James Lovelock, Lynn Margulis e José Lutzenberger nos anos 70 do século passado, ter demonstrado que a Terra é um super-organismo vivo que se auto-regula. Ela articula permanentemente o físico, o químico e o biológico de forma tão sutil e equilibrada que, sob a luz do sol, propicia a produção e a manutenção de todas as formas de vida. Por milhões de anos o nível do oxigênio, essencial para a vida, se mantém em 21%, o nitrogênio, decisivo para o crescimento, em 79% e o nível de sal dos oceanos em 3,4%. E assim todos os elementos necessários para a vida. Não é que sobre a Terra haja vida. A Terra mesma é viva, chamada de Gaia, a deusa grega para significar a Terra viva.

Que toda a Terra está cheia de vida no-lo comprova o conhecido biólogo Edward O. Wilson. Escreve ele:”Num grama de terra ou seja, em menos de um punhado, vivem cerca de dez bilhões de bactérias pertencentes até a seis mil espécies diferentes”. Efetivamente, a Terra é Mãe fecunda.

A Terra existe já há 4, 4 bilhões de anos. Num momento avançado de sua evolução, de sua complexidade e de sua auto-organização, começou a sentir, a pensar e a amar. Foi quando emergiu o ser humano. Com razão nas línguas ocidentais homo/homem vem de húmus, terra fecunda. E em hebraico Adam se deriva de adamah, terra cultivável. Por isso, o ser humano é a própria Terra que anda, que sente, que pensa e que ama, como dizia o poeta indígena e cantador argentino Atahualpa Yupanqui.

A visão dos astronautas confirma a simbiose entre Terra e Humanidade. De suas naves espaciais testemunhavam de forma comovedora: ”daqui, contemplando este resplancedente planeta azul-branco, não se percebe nenhuma diferença entre Terra e Humanidade. Formam uma única entidade”. Mais que como povos, nações e etnias devemos nos entender como criaturas da Terra, como filho e filhas da Mãe comum.

Entretanto, olhando a Terra mais de perto, nos damos conta de que ela se encontra crucificada. Possui o rosto do terceiro e quarto mundo, porque vive sistematicamente agredida. Quase a metade de seus filhos e filhas padecem fome e sede e são condenados a morrer antes do tempo. A cada quatro segundos, consoante dados da própria ONU, morre uma pessoa estritamente de fome.

Por isso, são expressões de amor à Mãe Terra, as políticas sociais de muitos países, como por exemplo, de meu pais, o Brasil, sob o governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva, particularmente o programa Fome Zero e Bolsa Família. Em seis anos se devolveu vida e dignidade a 50 milhões de pessoas que antes viviam na pobreza e na fome.

Temos que baixar a Terra da cruz e ressuscitá-la. Para esta tarefa gigantesca somos inspirados por um documento precioso: a Carta da Terra. Nasceu da sociedade civil mundial. Em sua elaboração envolveu mais de cem mil pessoas de 46 países. Em 2003 uma resolução da UNESCO a apresentou “como um instrumento educativo e uma referência ética para o desenvolvimento sustentável”. Participaram ativamente de sua concepção Mikhail Gorbachev, Maurice Strong e Steven Rockfeller e eu mesmo entre otros. A Carta entende a Terra como dotada de vida e como nosso Lar Comum. Apresenta pautas concretas que podem salvá-la, cuidando-a com compreensão, com compaixão e com amor, como cabe a toda mãe. Oxalá, um dia, esta Carta da Terra, possa ser apresentada, discutida e enriquecida por esta Assembléia Geral. Caso seja aprovada, teríamos um documento oficial sobre a dignidade da Terra junto com a declaração sobre a dignidade da pessoa humana.

Mas cabe fazer uma advertência. Para sentir a Terra como Mãe não é suficiente a razão dominante que é funcional e instrumental. Necessitamos enriquecê-la com a razão sensível, emocional e cordial, pois aí se enraíza o sentimento profundo, se elaboram os valores, se cultivam o cuidado essencial, a compaixão e os sonhos que nos inspiram ações salvadoras. Nossa missão, no conjunto dos seres, é a de ser os guardiães e cuidadores desta sagrada herança que recebemos do universo: a Terra, nossa Mãe.

Para terminar permito-me fazer uma sugestão: que se coloque na cúpula interna da Assembléia uma destas imagens belíssimas e plásticas da Terra vista a partir de fora da Terra. Suspensa no transfundo negro do universo, ela evoca em nós sentimentos de reverência e de mútua pertença. Ao contemplá-la, tomamos consciência de que ai está o nosso Lar Comum.

Pediria ainda que fosse aprovada uma recomendação de que no dia 22 de abril, dia Internacional da Mãe Terra, se fizesse um momento de silêncio em todos os lugares públicos, nas escolas, nas fábricas, nos escritórios, nos parlamentos para que nossos corações entrem em sintonia com o coração de nossa Mãe Terra.

Concluo. Tal como está, a Terra não pode continuar. É urgente que mudemos nossas mentes e nossos corações, nosso modo de produção e nosso padrão de consumo, caso quisermos ter um futuro de esperança. A solução para a Terra não cai do céu. Ela será o resultado de uma coalizão de forças em torno a uma consciência ecológica integral, uns valores éticos multiculturais, uns fins humanísticos e um novo sentido de ser. Só assim honraremos nossa Casa Comum, a Terra, nossa grande generosa Mãe.

Leonardo Boff, representante do Brasil e da Comissão da Carta da Terra.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

O consumo de carne e a degradação da Floresta


Entrevista especial com Elke Stehfest

Na opinião da bióloga e cientista ambiental holandesa Elke Stehfest, o desmatamento realizado para a agricultura, seja para plantio de alimentos ou para o plantio de pastagens para o gado, é o fator de maior impacto na diminuição da Floresta Amazônica. Na entrevista que concedeu ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU por e-mail, a pesquisadora que trabalha na Agência de Avaliação Ambiental da Holanda, na equipe IMAGE, destaca o “forte efeito da produção pecuária, especialmente criação de gado, sobre o efeito estufa”. Isso é confirmado no estudo que realizaram, acentua. A equipe IMAGE esteve extensivamente envolvida no recente relatório do IPCC e em vários outros estudos e avaliações sobre mudanças ambientais globais.

Stehfest acentua que o consumo mundial de carne precisa ser reduzido, e enumera vários outros motivos para diminuir esse consumo, para além do aumento do aquecimento global. Saúde, conservação da biodiversidade e bem-estar animal são alguns desses motivos.

Confira a entrevista.

IHU On-Line – A dieta do clima proposta pela Agência de Impacto Ambiental da Holanda sugere consumir até 400g de carne por semana. Com isso, a pretensão é que se reduza a emissão dos gases estufa em 10%, já que se diminuiria o número de animais criados. Qual é a viabilidade dessa proposta?

Elke Stehfest – Nós realmente calculamos um cenário com cerca de 400g de consumo de carne por semana e per capita, no mundo todo. Para muitos países desenvolvidos, isso significaria reduzir seu consumo de carne para 2/3. Para alguns países africanos isso na verdade significaria um crescimento comparado com a referência. É difícil dizer algo sobre a viabilidade, e não examinamos isso em nosso artigo. Isso obviamente depende de medidas que devem ser tomadas para que se consiga uma redução no consumo de carne. As possíveis medidas são:

- Informar os consumidores a respeito dos benefícios da redução do consumo de carne para a biodiversidade, clima e para sua própria saúde. Talvez introduzindo rótulos informativos nos produtos;

- Viabilizar alternativas saborosas para a carne. Por exemplo, burgers vegetarianos e molhos;

- Um passo ainda maior seriam medidas para proteger florestas tropicais, colocando um preço no carbono da terra. Nas negociações climáticas de Copenhagen, o mecanismo “Reduzindo Emissões do Desmatamento e Degradação” (“Reducing Emissions from Deforestation and Degradation”, REDD) é discutido como uma medida possível para reduzir emissões. Ambas podem ter um efeito nas áreas usadas para produção de carne e alimento.

IHU On-Line – Quais são as evidências científicas entre a criação dos bovinos e o aumento do efeito estufa?

Elke Stehfest – O forte efeito da produção pecuária, especialmente criação de gado, sobre o efeito estufa é muito bem estabelecido, e novamente confirmado em nosso estudo. Um dos mais bem conhecidos estudos é “A grande sombra da pecuária” ("Livestock's long shadow" - FAO ).

IHU On-Line – Que outros hábitos alimentares humanos vêm interferindo seriamente no clima?

Elke Stehfest – A produção pecuária para carne e leite/laticínios tem mesmo o maior impacto nas emissões de gases de efeito estufa.

IHU On-Line – Nesse estudo, vocês sugerem que se inclua nos rótulos o custo ambiental da carne. Acredita que a população já está suficientemente preparada e mobilizada para esse tipo de alerta?

Elke Stehfest – Alguns governos, como o holandês, também perceberam o grande impacto do consumo de carne. O governo não quer controlar a escolha dos consumidores, mas quer prover todas as informações que os farão ter uma escolha informada.

IHU On-Line – Além do fator ambiental, que outros motivos teríamos para não ingerir carne?

Elke Stehfest – Embora não sejamos especialistas nessas áreas e não examinamos isso em detalhe, afirmo que existem outras razões bem conhecidas pelas quais as pessoas comem menos carne. Saúde deve ser a razão mais importante para a redução do consumo de carne bovina e suína, uma vez que ambas são suspeitas de contribuírem para câncer no intestino e doenças coronárias.

Outras razões ambientais, junto com a mudança climática, são a conservação da Natureza e da biodiversidade, isto é, menos desmatamento tropical para a produção de carne e soja. O bem-estar animal é uma das outras importantes razões pelas quais as pessoas tentam comer menos carne ou mesmo sejam vegetarianas.

IHU On-Line – O economista norte-americano Jeremy Rifkin afirma que estamos destruindo a Amazônia para alimentar vacas. Como esse ecossistema vem reagindo a essa investida pecuarista?

Elke Stehfest – O desmatamento para a agricultura, tanto para plantio quanto para pastagem para o gado, é a mais importante razão para a degradação da Floresta Amazônica. Os efeitos desse desmatamento são:

- perda de habitats naturais

- extinção de espécies

- degradação ou erosão dos solos

- efeitos hídricos como aumento de inundações

- problemas na viabilidade de recursos hídricos com menos tamponamento florestal

- desmatamento em larga escala pode causar a morte de ainda mais florestas

- queda das chuvas em áreas de plantio no leste do Brasil (uma vez que as nuvens/chuvas são produzidas sobre a floresta tropical amazônica).

IHU On-Line – Segundo estimativas, para cada 900 kg de alimento produzido, se produz apenas 1 kg de carne. Chegou a hora de revermos nosso padrão alimentar?

Elke Stehfest – Sim, a produção de carne, especialmente a bovina, utiliza uma grande quantidade de investimento, e também investimento de terra em função de alimentar a crescente população mundial. Para conservar os habitats naturais do mundo, o atual consumo de carne dos países em desenvolvimento não pode ser seguido. Ele deve ser reduzido.

IHU On-Line – Para esse mesmo 1kg de carne produzido são necessários de 20 a 30 mil litros de água. Além disso, a pecuária é responsável por 1/3 da poluição de águas potáveis com nitrogênio e fósforo. Pode-se falar em um comprometimento do potencial hidrológico do qual dispomos em função da criação de gado?

Elke Stehfest – Os números do uso de água para a produção de carne bovina parece alto, possivelmente porque inclui a evaporação/transpiração do pasto. Se considerarmos apenas o consumo de água pelo gado da ordem de 4 a 10 litros por quilo de alimentação seca consumida e a conversão de eficiência de 30 a 60 quilos de alimento seco por quilo de carne, o consumo de água é de uma magnitude menor.

No que se refere à poluição das águas superficiais e subterrâneas, não achamos que os problemas são tão graves quanto em países como a Holanda, onde mais gado é criado em estábulos e o esterco é espalhado por áreas relativamente pequenas de terra. Nos estados brasileiros com áreas importantes de criação de gado, os sistemas são geralmente mais extensos. Com lençóis de água profundos e transporte lento de água e nitrato pelo sistema subterrâneo, as chances de ocorrer desnitrificação são grandes. Mas sim, é correto dizer que a produção de carne bovina pode contribuir para a poluição da água da superfície e subterrânea, mas é difícil dizer sem mais informações que essa contribuição é de 1/3.

Fonte: IUH - Instituto Humanista Unisinos

terça-feira, 28 de abril de 2009

Enquanto isso na Amazônia...


Vozes do Clima, com Marcos Palmeira.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Aula de ioga ajuda a equilibrar corpo e mente



"A gente começa limpando as toxinas dos pulmões. A gente solta toda a respiração e solta todos os problemas mentais, todas as coisas de que a gente tem a certeza absoluta. A gente limpa a mente de todas essas certezas”, recomenda Karina.

Sabe o que fazer com a preocupação, a pressa, a raiva, o medo, a agenda e as contas? Deixar para depois, dar um tempo de tudo e respirar.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Dia da Terra


No dia 22 de abril comemora-se o dia do Planeta Terra, iniciativa que pretende despertar a consciência na população de todo o mundo sobre maneiras de colaborar na preservação do meio ambiente através de simples medidas cotidianas.

Há 39 anos, no dia 22 de abril de 1970, aconteceu o primeiro protesto em caráter nacional contra a poluição do planeta. O então o Senador norte-americano Gaylord Nelson, na época estudante de Harvard, organizou eventos para discussão e desenvolvimento de projetos sobre o meio ambiente. O movimento ganhou, ano após ano, outros países como adeptos, incluindo o Brasil, que uniu-se oficialmente à causa em 1990.

O problema - Grande parte dos 510,3 milhões de m² do planeta Terra está sendo destruída por nós, humanos, que somos inconsequentes no proveito do meio ambiente. As florestas estão cada vez mais desmatadas, os rios mais poluídos, o ar mais carregado, o céu mais acinzentado. Como consequência disso tudo, vem o aquecimento global, que por sua vez derrete as geleiras, faz com que o nível do mar aumente, ameaça biosfera e contribui para a proliferação de doenças. Muito esgoto é lançado in natura nas águas, muito lixo é jogado nas ruas e a reciclagem ainda é uma palavra conhecida por poucos.

Para amenizar o quadro desolador, existem ONGs, empresas e outras iniciativas públicas e privadas preocupadas em fazer o mínimo que seja para que a Terra saia desta situação. Hoje, há uma estimativa de que 500 milhões de cidadãos em 85 países fazem algo especial pelo ambiente no dia 22 de abril. Não que a mobilização durante um dos 365 dias do ano possa mudar muita coisa, mas já é um passo para desenvolver a sensibilidade ambiental coletiva e tentar salvar o Planeta. Aproveite esta data para colaborar. Economize energia, evite desperdícios e poluição. Cuide do lixo que você produz.

Para mantermos o equilíbrio da Terra é necessário ter consciência do que deve ser feito. Se os recursos naturais, essenciais para a sobrevivência humana forem esgotados, não haverá maneira de repô-los. O pensamento global deve implantar as iniciativas locais e pessoais para que cada um comece a fazer a sua parte. (Fonte: Yahoo!)

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Um prognóstico possível



As mudanças climáticas estão acelerando. O derretimento dos calotas polares estão excedendo os prognósticos de um ano ou dois atrás. Dentro de 30 anos, 25% de todas as espécies podem estar extintas. Nossa civilização, como a construímos, é completamente insustentável....

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Porque sou ecologista profundo


Se hoje eu vi o sol nascer,
quem de nós - eu ou sol - nasceu primeiro?

Se uma criança me pergunta quem criou o mundo,
eu faria mal em dizer que o mundo do qual ela fala
só ela conhece e foi ela própria quem criou?

E o mundo do besouro,
não foi ele mesmo quem criou?

E o mundo da pedra, quem criou?
A pedra não tem mundo?

Se um dia eu virar pedra,
para onde vai o meu mundo?

O que conecta a criança ao besouro,
os dois a mim e eu a você?
O que conecta a pedra aos fazedores de mundo?

O que dizer das existências sem contorno?

De que átomos são feitas
as palavras? Quem lhes dá contorno?

Qual crise fez surgir a poesia?

A falta do que dizer faz surgir um poeta?


por Antonio Araújo Jr.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Somos um todo integrado e não uma coleção de partes dissociadas...


Ecologia Profunda, Ecologia Social e Eco-Ética

A escassez de recursos, a bizarra e surreal distribuição de renda e a degradação do meio ambiente a fim de saciar a ânsia de crescimento econômico dos empresários, e/ou - por meio da exploração irracional dos recursos humanos e naturais - para o pagamente da dívida externa ou para cobrir o rombo de instituições financeiras incompententes, parasitárias (ao invés de simbiótica) ou corruptas que combinam-se com uma crescente miséria moral e física de nosso povo, numa alienação política de causar dó, e a uma completa falta de senso crítico e valores humanistas que levam ao colápso das comunidades locais e à violência urbana que se tornou uma característica básica de nossos tempos. E toda a máquina da ideologia de consumo e do crescimento de lurcros se põe, de forma drástica, contra tudo e todos que se levantem para questioná-la. Ainda nos está bem forte na memória o descaso ou a manipulação a ideías de homens como Paulo Freire, Darcy Ribeiro, Betinho, Florestan Fernandes, os teólogos da Teologia da Libertação, etc. Continue lendo...

por
Carlos Antonio Fragoso Guimarães

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Vegetais brasileiros são reprovados no teste do agrotóxico, diz Anvisa


Cerca de 65% das amostras de pimentão têm excesso das substâncias. Veja dicas sobre como lavar legumes e frutas e evitar problemas.

Como saber se frutas, legumes e verduras que comemos são mesmo saudáveis? Uma pesquisa realizada com 17 produtos que usam agrotóxico no cultivo apontou que todos apresentaram alguma irregularidade.

O pimentão liderou o ranking dos produtos analisados. Em torno de 65% das amostras foram reprovadas. Em segundo lugar ficou o morango. Uva e cenoura não escaparam da lista. Todos os alimentos analisados apresentaram índices de agrotóxico muito acima do limite máximo permitido ou resíduos de produtos não autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No pimentão, dos 22 produtos usados para o cultivo do fruto, 18 NÃO são autorizados. No caso do morango, 365 das amostras apresentaram também agrotóxico não permitido.

A boa notícia da pesquisa, feita pela Anvisa com 17 produtos, é que o índice de agrotóxicos em alguns alimentos caiu em comparação com o monitoramento feito em 2007. No tomate e na alface, o índice de amostras irregulares caiu pela metade.

Segundo a nutricionista Carla do Vale, isso não significa que não podemos ingerir esses alimentos, desde que eles sejam bem lavados. Ela explica que as escovas com cerdas macias limpam melhor frutas, legumes e verduras. Depois, eles devem ser colocados de molho num litro de água com oito gotas de detergente neutro e depois lavados numa outra solução de bicarbonato de sódio e água.

Fonte: G1

É por essas e outras que devemos, cada vez mais, ingerir alimentos orgânicos. Namastê!

terça-feira, 14 de abril de 2009

Abacate: bom para as articulações e o coração



Força, energia, concentração e muito preparo físico. Em uma academia de caratê, em Campinas, no estado de São Paulo, instrutor e alunos se dedicam a um esporte que em apenas uma hora de prática consome 400 calorias. É um grande esforço para os músculos e um desgaste para os ossos e as articulações.

domingo, 12 de abril de 2009

A Life Connected - Uma Vida (Inter)Conectada (parte I)



Um pequeno vídeo que demonstra a importância das opções que tomamos no dia a dia para o futuro do planeta. Foca-se nas escolhas feitas por pessoas que escolheram uma forma de se alimentar comprometidos como a vida.

Legendas em português. (Assista a parte II)

sexta-feira, 10 de abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"SLOW FOOD"



Neste vídeo, Patricya Travassos e Cynthia Howlett visitam a região serrana fluminense para mostrar a importância de um movimento crescente chamado "slow food", que busca o resgate das tradições culinárias, do prazer pela alimentação e da importância da procedência e do sabor dos produtos. Margarida Nogueira, líder do Convivium Slow Food, é recebida para uma conversa no restaurante Alvorada, em Araras (RJ). O programa mostra receitas com produtos plantados na região, como vagem com queijo parmesão, repolho no forno a lenha com azeite e shiitake ao molho de ervas. Já Cynthia Howlett mostra uma horta de produtos orgânicos no Brejal, localidade rural do distrito de Posse, em Petrópolis (RJ), além de uma cultura de shiitake.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Todo rio já é o mar



O melhor curta no festival de Berlim

Pense a respeito...

Hatha Yoga



Programa: Almanaque (Globo News) - Ano: 2005 - Tema: Hatha Yoga no Brasil

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Oliver Shanti & Friends - Sacral Nirvana



O músico Oliver Shanti - mago das músicas orientais - revela, com imagens espetaculares, o "Caminho das Pedras" para se alcançar o "Nirvana".

domingo, 5 de abril de 2009

Documentário: O Legado Lutzenberger



Excêntrico. Profundamente lúcido. Idealista. Gênio. José Lutzenberger morreu em 14 de maio de 2002, mas suas idéias continuam vivas. Este documentário mostra depoimentos inéditos do ambientalista Lutzenberger. Num conturbado momento ambiental, O LEGADO LUTZENBERGER é mais um sinal de alerta para os graves problemas mundias, na área do meio-ambiente. Com gravações em Porto Alegre (RS), Viamão (RS), Torres (RS), Garopaba (RS) e Brasília (DF), o documentário tem depoimentos de amigos, colaboradores e suas filhas que continuam o trabalho do pai através da Fundação Gaia.

sábado, 4 de abril de 2009

Ecologia & Psicologia: Ecopsicologia


Em seu livro, "Well Mind, Well Earth" o psicólogo e ecologista Michael J. Cohen afirma que o mundo natural é 'uma outra civilização como a nossa', que ‘cada um de nós é parte da civilizada e sempre mutante perfeição da natureza', e ressalta que, pessoalmente, socialmente e ambientalmente, grande parte de nossos problemas resultam de diferenças entre o processo que o ambiente natural e nós usamos para construir nossas relações. Nossa lógica enfatiza educar para pensarmos e relacionarmo-nos através do uso da linguagem - palavras abstratas, símbolos e imagens - enquanto que o mundo natural alcança sua perfeição através da atração de energias, uma comunicação não lingüística. Esta diferença é o que nos desconecta das tendências naturais, tanto dentro de nós, como ao nosso redor. Isso nos impede de desfrutarmos da sabedoria, equilíbrio e paz inerentes na natureza.

Nós nunca iremos ensinar o mundo natural a falar português e assim nos revelar seus segredos. A fim de aprender como a natureza funciona, Cohen desenvolveu técnicas não-verbais e sensoriais de conexão com a vida natural.

Através da estimulação do pensamento crítico durante visitas a áreas naturais, seu método educacional capacita os visitantes à consciente e sensorialmente, reconectarem sua natureza interna ao mundo natural. Esta conexão permite à auto-organizável e regenerativa civilização natural funcionar dentro e entre indivíduos de qualquer idade, revertendo assim quadros de apatia, disfunções e dependências, motivando e direcionando de maneira responsável o gerenciamento do estresse e da auto-estima.

Não é um grande mistério a coerente integridade entre a natureza e nós mesmos. Como parte da malha da vida, nós, seres humanos, herdamos também esta integridade de forma congênita. Ela é nossa ‘natureza interior’, uma 'planta' compartilhada globalmente a que chamamos de 'a criança dentro de nós'. O verdadeiro segredo está em aprender a ler esta planta, analisá-la, reconectar-se a ela, validando sua integridade ao invés de aprender a vencê-la, como geralmente o fazemos. Ler a planta interior é uma possível definição para educação: 'Trazer de dentro para fora.' Esta leitura nos conecta com nossa origem mais comum e essencial, abrindo caminho para uma experiência de recomeço, para a criação conjunta de uma sociedade verdadeiramente civilizada, ao invés de tornar-nos ainda mais 'confusos', ou seja, descompassados em relação ao ritmo de toda a natureza.

A fim de promover experiências de reconexão entre a espécie humana e a vida natural, o departamento de 'ecopsicologia' da World Peace University apresentou um conjunto de atividades e ferramentas, que nasceram de experiências com algumas inquietações do homem contemporâneo, como a apatia, o estresse, a depressão e outras situações de desconforto psicológico.

Michael J. Cohen afirma que após muitos anos ensinando e vivendo na natureza acredita que educação responsável e aconselhamento podem ser melhor entendidos em termos de aprendizado multisensorial, e que todas as experiências consistem em sentir ou ressentir (rememorar) no momento presente sensações de atração natural, e seus graus de integração, cumprimento ou frustração. O aprendizado por livros se vale de quatro sentidos naturais: visão, linguagem, raciocínio e consciência. Entretanto, o mundo natural raramente alcança sua beleza e equilíbrio pelo uso de somente quatro sentidos, muito menos o faz através de livros, linguagem ou "tecno-logia", isto é, "pensamento lógico que cria técnicas e histórias artificiais". Em contra partida, o mundo natural funciona em termos "bio-lógicos". Biológico consiste em ser multisensorial, seguindo a atração natural de cada momento, que em nós aparecem por mais de 53 sentimentos e sensações naturais. Nossos sentimentos e sensações naturais são sinais muito antigos de memória, evoluídos globalmente. Uma multiplicidade de formas biológicas de conhecer, existir e sustentar a vida, que herdamos para nossa sobrevivência no planeta. Por exemplo, assim como a água é uma fonte natural de vida, igualmente natural é a nossa sede. Sede é um fato sensorial, um sentimento bio-lógico, uma memória única e inalterada que conecta a nós, animais terrestres, separados da água, com a sobrevivência e logo com a água. Em suma, a sede, assim como todas as nossas sensações naturais, tem uma razão de ser.

Pesquisas acadêmicas validam que psicologicamente e fisiologicamente, a natureza interior dos seres humanos consiste de uma variedade de sensações naturais. Pelo menos 53 sensações naturais foram identificadas nas pessoas. Entre estas, estão sentidos adicionais como cor, sede, linguagem, gosto, cheiro, excreção, pertencer a um grande todo, espaço, distância, forma, temperatura, tato... A sensação de cada sentido é única. Note especialmente que o raciocínio, a linguagem e a consciência são sentidos naturais que desempenham funções de sobrevivência na natureza. Note também, que de alguma forma, cada sensação permeia todo o mundo natural, incluindo nossa natureza interior.

As atividades propostas por esta abordagem têm por objetivo a descoberta, conscientização e exploração dos sentidos e sensações naturais do ser humano através de técnicas de sensibilização pelo contato reintegrativo com áreas verdes e outras entidades naturais. Nossa busca é auxiliar o homem no desenvolvimento de uma atitude consciente e responsável em sua relação com o meio ambiente, a qual emerge da percepção de si mesmo como sendo uma entidade não alheia e nem separada da natureza. Não somos, enquanto espécie, mais importantes para a vida do planeta do que uma planta, um peixe ou mesmo de uma bactéria. Nossa impressão de superioridade, enquanto sapiens sapiens, provém de um processo de desidentificação com a ordem natural do planeta, que existe em coesão. Esta atitude de nossa espécie está explícita na própria geografia das cidades nas quais nos concentramos, na artificialidade dos estímulos como cores, aromas, texturas e sabores, e no nosso ‘mundo à parte’, construído e organizado por nós mesmos, os seres humanos.
Somos, entretanto, ainda que não totalmente conscientes, entidades interdependentes, portadora de uma sabedoria auto-reguladora, legítima, congênita e compartilhada com toda a biosfera do Planeta Terra.

Rogério Meggiolaro – Instituto Neo-Humanista

Psicólogo e pesquisador da eco-psicologia, instrutor de yoga e educador.

www.neohumanismo.org

contato@neohumanismo.org

A lista dos sentidos acima foi traduzida da seguinte obra:
Michael J. Cohen – A Field Guide to Connecting With Natures
World Peace University – Oregon, USA

quinta-feira, 2 de abril de 2009

ECOPSICOLOGIA - Espiritualidade e Meio Ambiente



“Nas últimas décadas um grande número de pesquisas apontou a existência de uma correlação entre o contato com ambientes naturais e melhores índices de saúde mental. A ciência da Ecopsicologia vem estimulando uma reflexão profunda sobre as distorções existentes na relação homem/natureza. Esta revisão mostra-se como urgente e fundamental, face a gravidade dos desequilíbrios ambientais que vem sendo provocados pela ação predatória e irresponsável do homem. Ao restabelecer a integração com os ambientes naturais, no entanto, o ser humano encontra mais do que garantia de sobrevivência: encontra estados de equilíbrio interior e transcendência. Realizar este potencial de reconexão e bem estar através da natureza é uma poderosa ferramenta no combate ao stress, ansiedade e depressão comumente presentes em nosso universo contemporâneo.

Ao contrário de outras abordagens da Psicologia que trabalham as relações do ser humano consigo mesmo e com outros seres humanos, a Ecopsicologia trabalha as relações do ser humano com o Planeta e com os ecosistemas dos quais faz parte. Sustenta que na raíz de nossa psiquê está uma conexão básica com a natureza. A repressão dessa conexão na sociedade industrial fez-nos perder o senso de pertencimento à natureza. Essa dissociação homem/natureza é parte fundamental da crise ambiental que vivemos e, de acordo com a Ecopsicologia, a solução dessa crise passa não só pela criação de tecnologias limpas como também pela cura dessa dissociação. O conceito de Inconsciente Ecológico remete-nos à sabedoria ancestral de povos que reconheciam o ser humano como um fio de uma grande teia de vida planetária. É característica dessa sabedoria, reconhecer o sentimento de lealdade para com todas as espécies que compartilham conosco o Planeta. Esse Inconsciente Ecológico pulsa em nós e sua integração à consciência pode abrir espaço para estados de integração e sanidade, assim como pode ser a base para a ética em nossas relações com o Planeta”.

(Texto extraído do site www.ecosintonia.com.br)

Marco Aurélio Bilibio é psicólogo, mestre em Psicologia da Religião e um dos pioneiros da Ecopsicologia no Brasil.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

MEIO AMBIENTE – SOBREVIVÊNCIA E ESPIRITUALIDADE


Por Clara Emilie Boeckmann*

A todo instante assistimos às catástrofes ambientais divulgadas pelos principais meios de comunicação. Vastas áreas florestais destruídas pelo fogo, explorações madeireiras clandestinas, depleção de estoques pesqueiros, aterros de mangues, poluição, efeito estufa, derramamentos de petróleo, instabilidade climática. Resultados de fortes ações propositais e inconseqüentes causadas pelo homem ao meio ambiente. Mas existem também as pequenas ações, praticadas no dia-a-dia pelos bilhões de seres humanos que habitam o Planeta Terra, e cujo somatório revertem-nas em catástrofes muitas vezes ainda maiores que aquelas. O acúmulo de lixo, o gasto excessivo de água e energia elétrica, e ainda a falta de manifestação pública das pessoas de uma forma geral, a favor de um maior comprometimento dos governos, indústrias e empresas, são comportamentos comuns em nossa sociedade. A Internet está repleta de Organizações, relatos, manifestos em defesa do meio ambiente. Mas ainda são pequenas sementes. É preciso que todas as pessoas se engajem nessa luta pelo maior patrimônio da humanidade que é o Planeta em que vivemos!

A maioria das pessoas ainda não percebeu que preservar a natureza não é simplesmente uma atitude poética ou apologética à beleza, à paz, à harmonia, à sabedoria da natureza. Apesar do nosso planeta de fato apresentar estas dádivas, nossa dependência a nível de sobrevivência suplanta estas questões. O homem ainda não percebeu que vem destruindo suas próprias garantias de sobrevivência. Além disso, cada vez compromete mais sua qualidade de vida. Como bem expressou Céu D´Ellia, os indicadores da crise ambiental refletem mais que uma crise ambiental, mas a nossa crise é sim, reflexo de uma crise maior: de valores, relacionamentos, identidade e conhecimento (e adiciono que tudo isso está relacionado ao espiritual), levando-nos ao consumo inconseqüente, que coloca o planeta em risco.

O espiritual, que não significa religiosidade, como cita Sérgio Buaiz, envolve valores morais e éticos, solidariedade, atitude positiva e responsabilidade social. E como exercer estas questões se olvidamos a questão da preservação do meio ambiente, da garantia do bem-estar das gerações futuras?

Assim, a preservação do meio ambiente está associada a uma necessidade vital para o ser humano. E está associada não somente a pequenas e grandes mudanças de atitude em relação ao meio ambiente, mas também mudanças de atitude perante a nossa própria vida, nossos valores, nossos semelhantes, nossas futuras gerações. Preservar o meio ambiente é amar o nosso próximo, é respeitar a vida, a natureza do planeta, é reconhecer os nossos limites de sustentação, e revermos nossos próprios valores e atitudes em todos os aspectos de nossas vidas, inclusive o espiritual. Nossa harmonia interior depende de como exercemos nossa relação com o mundo exterior e vice-versa.

A interrelação entre a questão ambiental e a questão espiritual é inquestionável, e já originou a disciplina Eco-espiritualidade, muito difundida pelo nosso ilustre Leonardo Boff. Repensarmos nossa postura com relação ao nosso meio ambiente, é investirmos em nosso aprimoramento não somente material, mas também moral, intelectual, espiritual. A boa conduta deve expandir-se a todas as nossas dimensões humanas e a todos os aspectos de nossa vida, em nosso lar, nosso ambiente de trabalho, nossa cidade, nosso Planeta. Qualidade de vida, bem-estar, sustentabilidade e a garantia destes valores às gerações futuras devem compor nossos valores e conduta.

Sim, também é preciso vencermos o egoísmo e o imediatismo, desconsiderando as gerações futuras do porvir – que aliás, podem ser nós mesmos se acreditarmos em reencarnação! Mas nem é bom pensarmos por aí - pois assim não estaremos tendo o desprendimento da doação incondicional, mas novamente por egoísmo: por nós mesmos nas próximas vida. Isso me lembra um dos melhores ditados populares que já ouvi: “se o homem soubesse a vantagem de ser bom, seria bom por egoísmo”.

De uma forma ou de outra, a questão da preservação ambiental, do desenvolvimento sustentável, exige que cada um faça a sua parte, numa atitude de amor pela humanidade, dentro dos princípios éticos, e mesmo, espirituais.